10 técnicas de estudo e seus resultados

  • 28/04/2016
  • Jeferson
  • 6minutos de leitura

Um estudo publicado em 2013 pela revista Psychological Science in the Public Interest avaliou 10 técnicas de estudos para comprovar aquelas que realmente gera um bom resultado. O resultado, que pode ser conferido na íntegra aqui, revela algumas surpresas para os estudantes.

As técnicas de estudo mais populares no Brasil, como resumir, grifar, utilizar mnemônicos, visualizar imagens para apreensão de textos e reler conteúdos foram classificadas como as de utilidade mais baixa. Três técnicas foram encaradas como de utilidade moderada: interrogação elaborativa, auto-explicação e estudo intercalado. E as duas que obtiveram o mais alto grau de utilidade na aprendizagem foram as técnicas de teste prático e prática distribuída.

Esse estudo desaprovou boa parte das técnicas de estudo que mais realizei até hoje. Por outro lado, foi confirmado que alguns exercícios físicos são efetivos para quem estuda para concursos públicos.

Antes de prosseguir, lembre-se de que o ranking reflete os resultados da pesquisa, porém cada pessoa tem suas próprias técnicas de estudo e nada está escrito em pedra. Dito isto, falemos agora sobre as dez técnicas de estudo, das piores para as melhores.

1 – Grifar

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Chegou o momento de aposentar o seu marcador. O estudo aponta que essa técnica é pouco efetiva pelos mesmos motivos dos quais é tão popular: não requer esforço. Ao grifar parte do texto, o seu cérebro não está organizado, criando ou conectando informações. Então, grifar só gera algum resultado quando combinada com outras técnicas.

2 – Releitura

Woman lying in a garden and enjoying book reading

A releitura é uma das técnicas menos efetivas das demais que estarei apresentando. O estudo mostra que determinados tipos de leituras (massive rereading ) podem ser melhores do que resumos ou grifos, se aplicados no mesmo período de tempo. O conselho é reler imediatamente depois de ler, por diversas vezes.

3 – Mnemônicos

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De acordo com o dicionário Houaiss, mnemônico é algo relacionado à memória; que serve para desenvolver a memória e facilitar a memorização; fácil de ser lembrado; de fácil memorização.

Nas apostilas e sites de concursos públicos, é muito comum ver o uso de mnemônicos com as primeiras letras ou sílabas, como SoCiDiVaPlu para decorar os fundamentos da República Federativa do Brasil (artigo 1º da Constituição).

No estudo, foi identificado que os mnemônicos só são efetivos quando as palavras-chaves são importantes e quando o material estudado inclui palavras-chaves fáceis de memorizar. Assuntos que não se adaptam bem a geração de palavras-chaves não conseguiram ser bem aprendidos com o uso de mnemônicos. Então, utilize-os em casos específicos e pouco tempo antes das avaliações.

4 – Visualização

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Os pesquisadores solicitaram que os estudantes imaginassem figuras enquanto liam os textos. O resultado só foi positivo apenas em relação a memorização de frases curtas. A transformação das imagens mentais em desenhos também não demonstrou aumentar a aprendizagem e ainda trouxe o inconveniente de limitar os benefícios da imaginação.

Lembrando que isso não invalida o uso de mapas mentais para estudos, já que esses consistem além de desenho a conexão de ideias e conceitos. De qualquer forma, o resultado do estudo é que a visualização não é uma técnica efetiva para provas que exijam conhecimentos inferidos de textos.

5 – Resumos

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O resumo de pontos importantes de um conteúdo sempre foi uma técnica quase intuitiva na aprendizagem. Segundo o estudo, os resumos são úteis para provas escritas, mas não para provas objetivas. Embora tenha sido classificado como de utilidade baixa, a técnica de resumir ainda é mais útil do que grifar e reler textos. Essa técnica pode ser uma estratégia efetiva para os estudantes que já são hábeis em produzir resumos.

6 – Interrogação elaborativa

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A técnica de interrogação elaborativa consiste em criar explicações que justifiquem por que determinados fatos apresentados no texto são verdadeiros. O estudante deve concentrar-se em perguntas do tipo Por quê? em vez de O quê?.

Seguindo o exemplo que demos pouco antes, em vez de decorar um mnemônico como SoCiDiVaPlu, o ideal seria perguntar-se por que o Brasil adota a dignidade da pessoa humana como fundamento da República? E buscar a resposta na origem do estado democrático de Direito e na adoção do princípio da dignidade da pessoa humana pelas principais democracias ocidentais após a Revolução Francesa.

Note que esse tipo de estudo requer um esforço maior do cérebro, pois concentra-se em compreender as causas de determinado fato, investigando suas origens. Falando especificamente de concursos públicos, a interrogação elaborativa é um grande diferencial na hora de responder redações e questões discursivas.

7 – Auto-explicação

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A auto-explicação mostrou-se ser uma técnica útil para aprendizagem de conteúdos mais abstratos. Na prática, trata-se de ler o conteúdo e explicá-lo com suas próprias palavras para você mesmo. O estudo mostrou que a técnica é mais efetiva se utilizada durante o aprendizado, e não após o estudo.

8 – Estudo intercalado

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O estudo intercalado, também chamado de rotação ou rodízio de matérias, tem como principal benefício a intercalação, ele faz com que a pessoa consiga manter-se mais tempo estudando.

A pesquisa procurou saber se era mais efetivo estudar tópicos de uma vez ou intercalando diferentes tipos de conteúdos de uma maneira mais aleatória. Os cientistas concluíram que a intercalação tem utilidade maior em aprendizados envolvendo movimentos físicos e tarefas cognitivas (como ciências exatas).

9 – Teste prático

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Realizar testes práticos sobre o que você está estudando é uma das duas melhores maneiras de aprendizagem. A pesquisa científica mostrou que realizar testes práticos é até duas vezes mais eficiente do que outras técnicas. No caso específico de concursos públicos ou de vestibular, a recomendação é fazer toneladas de exercícios de provas anteriores.

10 – Prática distribuída

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A prática distribuída consiste em distribuir o estudo ao longo do tempo, em vez de concentrar toda a aprendizagem em um bloco só.

Pesquisas mostram que o tempo ótimo de distribuição das sessões de estudo é de 10% a 20% do período que o conteúdo precisa ser lembrado. Por essa conta, se você quer lembrar algo por cinco anos, você deve espaçar seu aprendizado a cada seis meses. Se quer lembrar por uma semana, deve estudar uma vez por dia.

A prática distribuída também pode ser interpretada como a distribuição do estudo em pequenos períodos ao longo do dia, intervalando com períodos de descanso. Por exemplo, uma hora de manhã, uma hora à tarde e outra hora à noite.

E você?

Quais dessas técnicas utiliza? Você concorda com os resultados? Que outras técnicas de estudo você recomendaria?

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