Um jeito fácil de memorizar

  • 13/02/2016
  • Jeferson
  • 5minutos de leitura

A técnica de memorização não tem relação com o decoreba. Só é possível memorizar aquilo que já compreendemos. Sendo assim, a técnica de memorização surge como uma ferramenta para o aprendizado e não como uma muleta pedagógica.

Você já ouviu falar em mnemônica?

Trata-se de qualquer processo artificial utilizado para tornar a memorização mais eficaz. Por exemplo, quando o sujeito fica repetindo o mesmo número de telefone ou um email, ele está utilizando está técnica.

A técnica pode ser utilizada por algum organizador gráfico para estudar (mapa mental, espinha de peixe, quadro sinóptico e por aí vai). Essas técnicas de memorização são maneiras simples de tornar o esquecimento menos provável.

Eu acho que esqueci alguma coisa…

Nossa memória é baseada em gatilhos. Imagine que você levou um fora da namorada. Pra esquecer do fora, você decide ir pra um barzinho com seus amigos. Chegando lá, avista a melhor amiga dela. Nesse momento, diversas lembranças relacionadas a sua namorada surgem: o dia que se conheceram, as festas juntos, o pedido de autorização dos sogros. Perceba que este simples gatilho (rosto da melhor amiga da sua ex-namorada) foi o suficiente para disparar diversas lembranças. É dessa forma que as técnicas de memorização ocorrem, criam gatilhos poderosos conscientemente de memória.

Agora vou explicar como o esquecimento funciona. Sem entender esse fenômeno, fica difícil compreender e utilizar as técnicas de memorização.

Curva do Esquecimento

Ela descreve nossa capacidade de reter informações recém adquiridas. A curva do esquecimento é baseada nas informações que adquirimos após uma palestra de 1 hora, por exemplo, ou de um estudo de um assunto durante esse mesmo período.

Vamos supor que hoje pela manhã você entrou no meu site e foi até o menu de blog para aprender algumas dicas de produtividade e levou 1 hora lendo as postagens. Em nosso gráfico, iremos supor que antes da leitura você não sabia nada sobre o assunto. Logo, após uma hora de leitura, você saberá 100% do assunto transmitido. Assim, após a leitura, a curva chega em seu ponto máximo.

Se no segundo dia você não fizer qualquer revisão sobre o assunto (aplicar os conhecimentos, ler, pensar sobre ele, discutir sobre os tópicos discutidos…) provavelmente se esquecerá de 50%-80% daquilo que foi aprendido. Perceba que nós, seres humanos, esquecemos mais nas primeiras 24 horas após a aquisição do conhecimento do que ao longo de 30 dias. Ao final dos 30 dias, restarão apenas 2% – 3% de toda informação adquirida no primeiro dia. Dessa forma, ao chegar no final dos 30 dias, você terá a impressão de que nunca ouviu falar sobre o assunto, vai precisar estudar tudo desde o início.

Nosso cérebro grava informações constantemente de maneira temporária: conversa no corredor da faculdade, a comida que você comeu mais cedo, a roupa que você usou ontem, o nome dos clientes apresentados na reunião, a música que acabou de tocar na rádio. No entanto, se você não criar os gatilhos de memória importante, todas essas informações serão descartadas. A cada revisão, você cria gatilhos, fixando informação cada vez mais.

Dica interessante de revisão: para cada hora de leitura, faça uma revisão de 10 minutos. Note que essa revisão deverá ser feita nas primeiras 24 horas após a aquisição – período em que ocorre a maior parte do esquecimento. Esse revisão será o suficiente para você conseguir armazenar em sua memória toda a informação aprendida durante 1 hora de leitura. Uma semana depois, para cada hora de leitura ou aula expositiva, você precisará de apenas 5 minutos para “reativar” o mesmo material, elevando a curva para 100% mais uma vez. Ao final de 30 dias, você precisará de apenas 2-4 minutos para obter novamente os 100% da curva de aprendizagem.

Não ter tempo para esse tipo de revisão não é justificativa, visto que o maior ganho com as revisões se refere principalmente ao tempo. Se ao final de 30 dias, você não fizer qualquer tipo de revisão, vai precisar de mais 50 minutos de estudo para cada hora de aula. Esse inevitável acumulo de conteúdo dispensa muito mais tempo do que se estivesse simplesmente feito um bom calendário de revisões. A ausência de revisões compromete também o fenômeno da reminiscência, já que a memória não costuma funcionar muito bem quando trabalhada com sobrecarga e pouco tempo disponível.

Não existem regras rígidas sobre as revisões, já que essa rigidez esbarra em outras variáveis como diferenças individuais e densidade do material a ser estudado. No entanto, é preciso que você estabeleça um sistema eficiente de revisões caso realmente queira ser bem sucedido.

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